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Como lidar com as birras de seu filho


Pete Souza - Casa Branca

Quem, antes de ter filhos, não viu uma cena de criança se atirando no chão e/ou gritandoem um lugar público e não pensou que quando tivesse filhos seria diferente, que atire a primeira pedra. A cena é clássica: a criança fazendo um escândalo e a mãe ou pai tentando argumentar enquanto esconde a cara de vergonha. Não se preocupe, leitora (o). Fazer birra é normal.

As mais comuns são o choro forte e prolongado, gritos, se jogar no chão, bater pés, jogar objetos no chão e quebrá-los, bater portas e tentar agredir os pais. De acordo com o presidente do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho, as birras acontecem entre um e quatro anos, geralmente. Período em que as crianças passam a não aceitar que as coisas saiam diferentes do que elas previam, quando não são atendidas prontamente ou tem algum pedido negado. “Ela percebe que ao usar o recurso do choro ou dos gritos é atendida de imediato ou principalmente quando não de primeira, de segunda ou terceira investida, passa então a agir dessa maneira”, explica o médico. Na presença de terceiros, normalmente os pais acabam cedendo mais facilmente, o que faz com que a criança também entenda como as pessoas ao seu redor funcionam, e usa as regras aprendidas.

O especialista elenca três fatores para explicar o que acontece nesta fase:

- Temperamento da criança – alguns pais relatam que apenas um dos filhos é assim, e se atrapalham em como lidar.

- Maneira como os pais lidam com a criança desde as primeiras relações – o modelo que eles carregam, que trazem na bagagem da história deles.

- Fator cultural – há uma dificuldade prevalente dos pais em assumirem suas posições de autoridade em casa.

Giane Guerra, mãe da Atena de dois anos e meio e do Gael, de cinco meses já passou e ainda passa por isso com a filha mais velha e conta como age: “Sempre tiro Atena do lugar. Não consigo aceitar. Levo para um canto ou um local calmo e converso bem sério. Temos mostrado para ela como isso nos deixa triste. Tem funcionado, por enquanto. Ela tem dois anos e meio. O diálogo final tem sido o mesmo: – Dipupa, mamãe… – Está bem. Desculpo. – Tá felixe? E fazemos as pazes.”

O Dr. Renato Santos Coelho explica como devemos agir:

- Não gritar com a criança neste momento, não bater, não tentar convence-la ou fazer discursos, não prometer coisas ou presentes, não ceder (principalmente em se tratando de uma atitude dos pais de negar algo, que julgavam que não era para ser feito), não punir e se segurar para não se descontrolar.

- Se for leve ignore, deixe a criança sozinha no local até ela se acalmar e continuar o que estava fazendo. Nas situações mais severas, retire a criança do local deixando-a num lugar mais seguro e tranquilo e calmo. Pode ficar com ela, mas fique quieto até ela se acalmar. Não fique com frases repetidas como: pare de chorar, se acalme ou eu vou ficar brava contigo. Isto apenas retroalimenta a birra.

Também orienta como prevenir:

- Estabelecer regras claras de acordo com a idade da criança. Esta atitude é para prevenir e não evitá-las totalmente. Aos poucos ela irá aprender a regra nova. Não podem ser regras muito complexas e devem ser uma dou duas apenas.

Limitar as regras apenas para coisas importantes, para não banalizar e tornar o dia cheio de regras e reprimir em demasia.

- Cuidar para que as regras sejam SEMPRE cumpridas, pois ela logo percebe que nem sempre o é.

- Ser delicado e firme ( já dizia o poeta chileno…”hay que endurecer, pelo sin perder la ternura”).

- Se passamos o dia dizendo Não, será muito chato. Economize o “não pode “.

- Ajude-as a descobrir soluções, dando-lhes alternativas e apoiando a decisão delas e fazendo um reforço positivo quando conseguem.

- E quando tiver que dizer um Não, sustente e não demonstre hesitação e culpa por ser a figura de autoridade.

- Educar não é ser bonzinho sempre, pois desta forma não estaremos ajudando.

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