Como ajudar crianças e adolescentes com dificuldades do desenvolvimento a enfrentar o confinamento d
- adpediatria
- 17 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

O contexto imposto pela pandemia da COVID-19 provocou mudanças repentinas na rotina de toda a população. A interrupção brusca das atividades escolares, das práticas esportivas e das atividades de lazer pode provocar um grande impacto emocional, principalmente em crianças com problemas de desenvolvimento, como aquelas com transtorno do espectro autista (TEA) ou transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Dessa forma, é necessário que esses indivíduos recebam uma atenção diferenciada, com o intuito de tornar esse momento conturbado menos aflitivo possível.
Esse período de quarentena aumenta o contato familiar e com isso surge a necessidade de adequar atividades que conciliem o tempo e as necessidades da criança. Logo, brincadeiras que estimulem a curiosidade e a criatividade como quebra-cabeças, desenhos livres ou “esconde-esconde” podem contribuir nessa aproximação lúdica entre a família e a criança. Contudo, é preciso destacar que essas atividades não substituem as terapias inseridas em um programa de reabilitação.
Além disso, criar e manter uma rotina de tarefas, alimentação e lazer é essencial e colabora no controle da ansiedade e do estresse. Para tal, é preciso que sejam estabelecidas regras claras e constantes.
Em casos de rigidez comportamental, como apresentado em muitas crianças com TEA, principalmente frente a inserção de novas rotinas, é aconselhado que se tente uma transição gradual, com regras claras, consistentes e concretas.
Outro fator que merece atenção é o tempo de exposição a telas. Planeje o tempo de uso, ferramentas como temporizadores podem ajudar nesse controle, bem como auxilia na compreensão das crianças.
É importante estar atento ao comportamento e aos sintomas da crianças, momentos como esse dificultam a manutenção das terapias e acompanhamentos, o que pode resultar em uma regressão do desenvolvimento ou aumento dos sintomas. É importante que se mantenha contato com a equipe de saúde auxiliar para, se possível, manter sessões online.
Crianças com TEA, por exemplo, em geral têm dificuldades de se expressar verbalmente. Por isso é necessário cuidar mudanças no comportamento ou intensificação de disfunções preexistentes (mudanças no padrão de sono e consequente piora do comportamento durante o dia, alteração no apetite, irritabilidade e/ ou aumento da agitação, aumento de comportamentos repetitivos, preocupação excessiva ou ruminação).
Dessa forma, durante esse período de quarentena, principalmente, preste atenção nas crianças e adolescentes com dificuldades de desenvolvimento, estimule-o, tranquilize-o. Converse e explique as situações da forma mais simples possível.
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