top of page

O primeiro dia na escola grande!


Meu filho mais velho está no Primeiro Ano do Ensino Fundamental. Em uma escola grande pela primeira vez. O Antônio é um guri super sociável, conversa com todos, faz amizade com facilidade, super disposto a brincar e conversar, mesmo com quem ele não conhece. Achei que tiraria de letra os primeiros dias na escola grande, com colegas diferentes, uma rotina desconhecida, professor diferente, e novas responsabilidades. Mas ele me surpreendeu ao contar, um mês após o início das aulas, que o primeiro dia na escola tinha sido o pior da vida dele. E que mesmo agora, ainda tinha dificuldades pra brincar na hora do recreio. Especialistas reforçam que o primeiro ano do Ensino Fundamental representa uma mudança e uma marca no desenvolvimento infantil. O primeiro ano tem como característica umarotina mais estruturada, com horários definidos, recreio com tempo reduzido, aulas especiais, e temas de casa sistemáticos. Além do cuidado com os próprios pertences, já que na educação infantil os educadores ainda ajudam a cuidar, e em muitas escolas, o material fica na própria sala de aula. No primeiro ano, esta responsabilidade é toda do estudante. Quase tudo é diferente para o aluno. E, por isso, maior autonomia e comprometimento são necessários.

A Orientadora Educacional do Colégio Província de São Pedro, Márcia Dimer, e a Psicóloga da escola, Caroline Brandalise, reuniram uma série de dicas aos pais, a pedido do Blog Fralda Cheia. Acompanhe a seguir.

Dicas para uma adaptação bem sucedida: - A adaptação começa já nos primeiros contatos com a escola: no momento da visita, da entrevista com a família, na compra do material escolar, e do uniforme. - Conversar com a criança sobre os motivos da entrada ou da troca de escola: valorizar o papel da escola, dizendo que será um espaço de aquisição de conhecimentos, de desenvolvimento de habilidades e de socialização com novos amigos. - No momento de deixar a criança na escola, é importante estimular que ela entre caminhando, para evitar que fique com a sensação de estar sendo tirada do colo dos pais. Nessa hora, os pais devem ficar atentos para que a despedida seja breve e tranquila. - Uma boa dica para que as crianças não fiquem ansiosas é conversar sobre a rotina. Dizer que haverá atividades, aula especial, pátio, lanche, e que, depois de determinada atividade, os pais irão buscar. Dessa forma, as crianças ficam mais seguras, pois conseguem fazer uma previsão dos acontecimentos e ter a certeza de que irão buscá-las. Às vezes os pais dizem: “depois te busco”, “no fim da tarde venho te buscar”, o que fica muito subjetivo e pode aumentar a ansiedade das crianças. - A rotina é um instrumento construtivo que estrutura a independência e autonomia. Por isso, é fundamental que a família leve a criança para a escola, mesmo que ela chore ou fique pouco tempo. Depois de finais de semana e feriados, é possível que ocorra resistência para permanecer na escola. - Se houver momentos de ambivalência e resistência para entrar, os pais devem ser firmes sobre a escolha e estimular que a criança fique. Talvez sejam necessárias combinações para que os pais fiquem na escola aguardando. Não devem sair escondidos, pois é muito importante que ocorra a despedida.

Cada criança reage de uma maneira e são vários os sinais que podem indicar a dificuldade de adaptação escolar, entre eles: - Dificuldade para sair de casa para ir para a escola. Choro e reclamações, desde o momento de vestir-se com o uniforme escolar e organizar a mochila, até a entrada na escola. - Choro e resistência para entrar na sala de aula. - Necessidade da permanência de um familiar por tempo maior que o previsto. - Adoecimentos frequentes e relatos de dores no corpo (barriga, cabeça). - Demonstração de irritação ou apatia na relação com colegas e professoras. - Dificuldade para integrar-se com colegas.

Quando forem observadas dificuldades de adaptação, a família e a escola podem criar estratégias para possibilitar que a adaptação seja bem sucedida. Essas combinações são personalizadas, dependendo dos sinais que o aluno está apresentando. Sugestões como permanência da criança na escola por tempo reduzido, troca de turma, ou orientações sobre a entrada na sala de aula são comuns.

O blog também ouviu o Pediatra do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho, que orienta os pais a ficarem atentos a sintomas de ansiedade, e descreve formas para ajudar os pequenos:

Quais sinais os pais devem ficar atentos nesta época de adaptação a uma escola grande, como identificar que a criança está com dificuldade? Nas primeiras semanas é esperado que cheguem mais cansados, talvez necessitem deitar, e até dormir um pouco após a aula. É possível também terem alguns sintomas relacionados a um nível de estresse maior, como irritabilidade, cefaléia, dor abdominal, insônia, ou sono muito agitado, bem como apresentarem recusa em seguir indo pra escola. Os pais devem ficar atentos também para sintomas como sudorese excessiva, choros difíceis de aliviar, e taquicardia, o que denota uma ansiedade aguda. Os sintomas mais leves duram apenas duas semanas ou menos, o que seria um período de adaptação.

As crianças que saem de casa pela primeira vez podem estranhar um pouco mais em relação àquelas que já vêm de uma pré-escola, mas mesmo assim o “colégio dos grandes” sempre é um desafio novo para qualquer criança, tanto que é difícil um adulto não lembrar desta fase da vida.

E como agir se a criança está com dificuldade de adaptação? Os pais devem conversar com a criança sobre isto, falando sobre o medo dela, apoiando o filho, e não criticando. Também não devem julgar condutas, ou comparar com outras crianças. Os pais devem colocar-se no lugar das crianças. Em casos mais intensos, deve ser procurado o auxilio de um pediatra.

Como ensinar a criança a lidar com a responsabilidade maior? Tentar fazer uma rotina de forma que a criança consiga descansar e dormir, diminuindo as atividades extras em demasia. Auxiliá-la a ter um horário de estudo, com espaço apropriado, lembretes (uso de alarmes no celular ou num mural) e participar das tarefas (não fazer por eles). Fazer um checklist dos materiais escolares para auxiliá-la a não esquecer, tanto para ir, quanto para voltar da escola. Os pais devem tolerar os esquecimentos, não serem tão exigentes.

E o que os pais podem pedir aos professores neste período de adaptação? Que fiquem atentos ao comportamento das crianças, para que possa informar como está indo esta fase de adaptação.

DESTAQUE
Postagens Recentes
Arquivos
Conheça nossa equipe
bottom of page