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Risco de vulnerabilidade na idade escolar em crianças com doenças crônicas.


Este estudo foi realizado na região oeste da Austrália, de crianças nascidas entre 2003-04 e foram avaliadas aos 5 anos de idade. Os dados foram obtidos do Censo Australiano de Desenvolvimento Infantil (AEDC) de 2009. O desfecho primário é a vulnerabilidade na idade escolar em crianças com doenças crônicas.


As doenças crônicas na idade pré-escolar aumenta a vulnerabilidade na idade escolar quando comparadas com seus pares sem esta condição. E na presença de mais de uma doença crônica não há um aumento de significância estatística.


Um total de 2879 (12,6%) crianças tinham uma doença crônica diagnosticada (baseado em 3 fontes que geram uma lista de doenças, classificação padrão da Austrália). Desses, 2667 (92,6%) tiveram 1 diagnóstico no período estudado, e 212 (7,4%) teve 2 ou mais diagnósticos. Dentre as doenças, a Otite média crônica foi a mais prevalente, seguida de doença respiratória e epilepsia.


O instrumento utilizado para avaliar o desenvolvimento está no AEDC, que é baseado no “Canadian Early Development Instrument”, que é aplicado pelos professores a cada 3 anos na forma de um questionário. As crianças foram classificadas com “vulnerável/em risco”, caso atingissem até 25% das pontuações dos Domínios do AEDC, e “no caminho certo”, caso atingissem um mínimo de 75% nas mesmas pontuações. Os Domínios do AEDC são 5: (1) saúde física e bem-estar, (2) competência social, (3) maturidade emocional, (4) competências linguísticas e cognitivas e (5) habilidades de comunicação e conhecimentos gerais.


Tanto modelos ajustados como não ajustados demonstraram aumento no risco de vulnerabilidade na idade escolar em crianças com doenças crônicas. Sendo 17% a 34% maior a probabilidade de crianças com quaisquer diagnósticos de doenças crônicas serem classificadas como “vulnerável/em risco” em todos os Domínios AEDC, se comparados aos seus pares sem esses diagnósticos.


Crianças com diagnóstico único de otite média(n=1859) apresentaram um aumento de 15% a 35% no risco de desenvolvimento de vulnerabilidade. Crianças com diagnóstico único de doença respiratória (n=618) apresentaram um aumento de 24% a 45%. Contudo, não houve aumento significativo no risco para crianças com diagnóstico de epilepsia ( n = 63; todos os P > 0,05).


É importante ressaltar que estudos anteriores destacam a interferência da epilepsia como fator agravante de prejuízos no desenvolvimento infantil. Desse modo, o estudo indica uma condição específica dos diagnósticos analisados nessa coorte, não sendo possível concluir a não existência de vínculo da epilepsia com um possível déficit de desenvolvimento.


Apesar dos achados serem numericamente pequenos, é fundamental ressaltar que esses resultados estão sendo analisados na entrada da criança na escola, difundida entre Domínios e, provavelmente, terão repercussão aumentada ao longo da vida acadêmica dessas crianças. Desse modo, intervenções precoces são necessárias para garantir o acompanhamento dessas crianças no andamento das atividades, conforme progridem na escola.

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